Como escolher e cultivar orquídeas em sua casa

Fonte: www.tuacasa.com.br.

Principais espécies de orquídeas

Como existem milhares de espécies de orquídeas diferentes, é comum que algumas se adaptem melhor a determinado tipo de região e clima, por isso, na hora de escolher que espécie ter em casa, é importante levar esse fator em consideração. Até porque, não há nada mais frustrante do que passar horas escolhendo sua espécie favorita e acabar descobrindo que ela não pode ser encontrada na sua localidade.

Os tipos de orquídeas mencionadas por Legatti são apenas algumas das encontradas no Brasil, a diversidade é muito grande, e por isso, dividi-las por região pode ser a melhor maneira de conhecer as principais espécies mais próximas de você.Fernando Legatti, paisagista da Dr. Jardim, nos explica melhor que “cada espécie se desenvolveu e evoluiu em regiões específicas. Por exemplo, a espécie Laelia purpuratapertence à região Sul. Já na área de Goiás, Espírito Santo e Rio de Janeiro, existem orquídeas chamadas Cirtopódios que se desenvolvem em pedras tipicamente encontradas nesses Estados. Em São Paulo, onde há uma variação de clima muito grande, podemos encontrar as micro orquídeas. No caso do Norte do país, as Catleias formadas de várias espécies são as mais encontradas”, afirma.

Orquídeas para cultivar na Região Sul

700_500_0rquidea_laelia_purpurata_carnea_209_1Laelia purpurata (Fonte: Shamballa´s Garden)

Se você pertence à Região Sul do país, a Aspasia ou a Laelia purpurata são as espécies ideais. A primeira, de tronco grosso, apesar de dar no máximo duas flores por muda, quando bem cultivada pode florir mais de uma vez ao ano; é considerada uma planta tropical, podendo ser cultivada sob sol forte com regas regulares. A adubação no caso de um bom adubo foliar e orgânico, pode ser feita de 2 em 2 meses.

Laelia purpurata, escolhida como flor símbolo do Estado de Santa Catarina, é uma espécie que pode dar de três a cinco flores, e para isso, necessita de grande luminosidade natural, alta umidade do ar, local arejado e principalmente adubação regular nos meses anteriores a floração. Opte por vasos menores e evite regas excessivas antes e ao longo da floração. Essa planta é acostumada a quedas de temperatura, portanto, caso você more em um Estado que faça verão o ano inteiro, essa pode não ser uma boa opção.

Orquídeas para cultivar na Região Sudeste

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Aspasia (Fonte: orquídeas sem segredos)

Aspasia também pode ser cultivada nessa parte do país, em caso de dias mais quentes, é importante manter o ar úmido para seu melhor desenvolvimento. Outra possibilidade é a Cimbídium (Cymbidium), facilmente encontrada sendo vendida em vasos, pronta para decorar o interior de casas.

 Florescem no inverno, pois são acostumadas a um clima mais frio, não precisam ser aguadas frequentemente, mas necessitam de adubo orgânico a cada três meses. Apesar de serem resistentes a alguns dias sem cuidados, suas raízes são delicadas e podem quebrar num simples contato. Essa espécie pode ser encontrada nas mais diferentes cores com cachos de até 15 flores.

Orquídeas para cultivar na região Norte

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Cochleanthes (Fonte: Tudo Sobre Plantas)

Uma das espécies comumente encontrada na região Norte, principalmente na Amazônia, é a Cocheleantes (Cochleanthes). De porte médio e flores levemente perfumadas, costumam florescer quando em ambiente sombrio, com temperatura amena e extremamente úmido.

No entanto, Roraima é o estado que mais abriga espécies distintas, devido ao seu bioma diverso. Dentre todos os gêneros de orquídeas, a Catleia (Cattleya) é a que mais predomina nessa área. Seu cultivo é simples, basta que haja boa ventilação, umidade e luz com sombra (a luz direta pode queimar suas folhas). Na dúvida sobre a quantidade de exposição da planta no sol, uma simples análise pode revelar se está sendo o suficiente ou não. Caso as folhas estejam muito escuras, é indício de que necessitam de mais tempo sob a luz solar.

Em épocas mais quentes, opte por regá-la pelo menos duas vezes na semana, já no inverno uma vez na semana é o necessário. Se a sua intenção é cultivá-la junto a outras plantas, saiba que por ser uma orquídea epífita, a Catleia pode ser facilmente fixada a troncos e galhos.

Orquídeas para cultivar na região Nordeste

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Cattleya labiata (Fonte: cultivando Orquídeas e idéias)

A Catleia, em especial a Cattleya labiata também pode ser facilmente encontrada nessa região, considerada a rainha do nordeste, é a preferida de orquidários devido a sua beleza inigualável. O gênero Cirtopódio (Cyrtopodium), que agrupa entre inúmeras espécies, as rupícolas, também são encontrados nessa área.

As orquídeas desse tipo devem ser plantadas em vasos fundos com aberturas para que ocorra bastante drenagem e seus pseudobulbos não sejam danificados. A irrigação deve ser feita sempre que estiverem secas, a noite no verão e no período noturno no interno, também devem receber muita luz solar da manhã, além de adubo nas estações mais quentes.

Orquídeas para cultivar na região Centro-Oeste

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Encyclia (Fonte:Tudo Sobre Orquideas)

No Centro-Oeste brasileiro é muito comum a incidência da Encíclia (Encyclia) e do Catasseto (Catasetum), adaptadas a clima quente e invernos secos. De cores discretas e encontrados em coqueiros e palmeiras, os Catassetos, são raramente encontrados como terrestres. No período inicial esse tipo de planta deve receber cerca de 50% de luz para seu crescimento, quantidade que pode ser aumentada ao longo do tempo.

Suas flores costumam surgir no período anterior ao de hibernação, que é quando todas as suas folhas caem e a rega não é necessária. Quando as novas folhas estão se formando, as regas devem ser constantes e reduzidas quando os pseudobulbos estiverem maturados. Um fato curioso é que essa orquídea possui um dispositivo de polinização que lança grãos de pólen cada vez que um inseto pousa sobre suas flores.

Já a Encíclia, é um tipo de planta que não é tão adepta a grandes níveis de umidade, preferindo o sol da manhã ou o sol da tarde sob sombras. Suas flores são de tamanho bem reduzido com perfume agradável, que duram entre 20 e 30 dias. A irrigação pode ser feita de dois em dois dias, e para que a floração seja adiantada, a aplicação de adubos e fertilizantes pode ser feita de 15 em 15 dias. É importante lembrar que o excesso ou a falta de água e ventilação, junto a não capacidade de drenagem do solo, pode facilitar o desenvolvimento de pragas como cochonilhas e pulgões.

Cada espécie possui suas particularidades, que podem definir o sucesso ou não de seu crescimento. Mas, você pode se atentar a algumas orientações comuns a quase todas as plantas, e garantir que a sua cresça de forma saudável e possa dar muitas flores.

Irrigação

Independentemente da espécie, a rega em excesso causará problemas a sua planta, como o sufocamento das raízes e o seu apodrecimento. É muito importante que você não utilize pratos embaixo do vaso e que ele tenha furos para que a água circule e seu excesso possa escorrer, dessa forma não há acúmulo desnecessário no substrato da planta. “As espécies que gostam de sol têm os bulbos bem dilatados para armazenar água, enquanto que as demais orquídeas gostam de água, mas não devem ser encharcadas devido a infecções fungicas”, afirma Legatti. Evite a irrigação noturna, prefira pelos períodos da manhã e do fim da tarde.

Mas então, como saber se a sua planta está sendo regada corretamente? Segundo Legatti, as folhas podem ajudar, no caso do surgimento de pontinhos pretos, quer dizer que ela está sendo aguada em excesso, ocasionando o aparecimento de fungos. Você também pode optar por fazer o teste do dedo e colocá-lo na terra, até a metade do vaso para sentir se ela está úmida ou não. Muitas vezes a terra inicial pode estar seca, mas o meio do vaso pode estar úmido, por isso é importante sentir a terra até pelo menos a sua metade.

Luminosidade

Existem três classificações para a quantidade de luminosidade que uma planta pode receber, de acordo com Legatti, as espécies que devem ser cultivadas somente em sol pleno, as adeptas a ambientes de meia sombra e outras a ambiente de bastante sombra. Em todo caso, as orquídeas necessitam de certa quantidade de luz, mesmo que indireta.

Se a sua é mantida dentro de algum cômodo, coloque-a próxima a janelas, e se desejar deixá-la num jardim a céu aberto, opte por posicionar embaixo de uma árvore.

Legatti dá a dica de que se as folhas da sua planta estiverem muito amareladas é sinal de que estão tomando sol em excesso e o melhor a se fazer é diminuir a exposição total ao sol. O sol da manhã é sempre o mais adequado, pois os demais períodos são muito intensos, prejudicando sua planta e fazendo com que suas folhas sofram queimaduras irreversíveis.

Ventilação

A ventilação é muitas vezes ignorada, mas o que muita gente não sabe, é que ela é tão importante quanto a irrigação e a luminosidade correta. As orquídeas, em seu habitat natural, são acostumadas a grande quantidade de circulação de ar, por isso, elas demandam brisas constantes.

Em dias quentes, para diminuir a umidade e o calor, procure abrir as janelas da sua casa e deixar o ar correr. Você pode até mesmo colocar um pequeno ventilador para ajudar no processo. Mas cuidado, evite que sua planta seja exposta a correntes de ar frias e úmidas, pois podem levar ao aparecimento de manchas e o possível apodrecimento de algumas de suas partes. O acúmulo de impurezas no ar, como a fumaça proveniente do cigarro, também são maléficas para suas orquídeas e podem ocasionar doenças.

Adubação

A água é fator indispensável para o desenvolvimento de sua planta, mas a adubação surge como um suporte para um crescimento mais rápido e com saúde. Os adubos podem ser minerais, químicos, orgânicos ou mistos. Os de origem orgânica podem ser feitos de restos de frutas, farinha de osso, esterco, emulsão de peixe, entre outros. Seus nutrientes são liberados na terra aos poucos, de acordo com a fase de decomposição, e acabam sendo mais eficazes em solos úmidos e quentes.

A sua periodicidade é mais espaçada, geralmente a cada 3 meses, variando de acordo com o produto escolhido. Os adubos inorgânicos, que são os químicos e sintéticos, por agirem de maneira mais rápida no solo, podem ser aplicados com uma frequência maior, de duas vezes ao mês. As instruções da embalagem devem sempre ser seguidas corretamente para que a planta não acabe danificada, uma vez que o adubo em excesso pode matar tanto quanto a falta dele. Deve-se tomar o cuidado de não borrifar adubo diretamente nas flores ou em seus botões, para que elas não sejam prejudicadas.

 Vasos

Em geral as orquídeas preferem vasos menores e estreitos para se desenvolverem. Os vasos de plástico são os mais fáceis de cuidar e indicados para regiões secas e quentes, pois são os que mais retém umidade, não sendo necessária a irrigação constante. Diferente dos vasos de barro, que são ideais para locais chuvosos, pois aderem muito mais a água e precisam ser regados mais com mais frequência.

É interessante notar que as orquídeas não passam a vida toda em um vaso só, elas podem ser frequentemente realocadas conforme seu crescimento, em processo chamado “envasamento”. O envasamento, que consiste na troca por um vaso maior, é feito quando as raízes da planta começam a crescer para fora da borda recipiente ou apenas para renovar o substrato e diminuir a acidez.

O melhor período para a prática é a cada 2 anos entre a primavera e o verão. Alguns cuidados como a limpeza do vaso, devem ser tomados para que possíveis vírus não apareçam.

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